Bradesco BBI eleva preço-alvo de Hypera (HYPE3) com potencial de alta de mais de 20%

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Por Jhonatan Santos

A corretora Bradesco BBI ajustou recentemente a sua avaliação para a farmacêutica Hypera S.A. (uma das ações mais negociadas no segmento de saúde no Brasil, sob o código HYPE3). A consultoria elevou o preço-alvo da companhia e reafirmou a recomendação de compra, apontando para uma valorização relevante no curto a médio prazo.
Esse movimento ocorre após resultados que superaram expectativas e com a companhia apresentando indicadores que atraem analistas, como múltiplos de mercado considerados descontados e opcionais de crescimento específicas.
Neste artigo, analisamos os fundamentos que embasam a nova perspectiva, os riscos envolvidos e o que esperar para os próximos meses.

Reavaliação do preço-alvo e recomendação

A Bradesco BBI fixou o novo preço-alvo para as ações da Hypera em R$ 30,00, o que corresponde a um potencial de valorização de cerca de 20,7 % em relação ao fechamento anterior.
Anteriormente, o banco mantinha o preço-alvo em R$ 28,00 e a recomendação de compra.
Tal avaliação reforça que os analistas veem que o papel segue atrativo, mesmo após o desempenho recente. Segundo o relatório, “a combinação de crescimento, eficiência e opcionalidades reforça a tese de investimento”.

Desempenho da Hypera no 3º trimestre e fundamentos

No 3º trimestre de 2025 (3T25), a Hypera reportou um lucro líquido de operações continuadas de aproximadamente R$ 453,9 milhões, o que representou alta de 22,6 % em relação ao mesmo período do ano anterior e superou as estimativas médias dos analistas.
O EBITDA ajustado atingiu cerca de R$ 756,2 milhões, crescimento de 34,7 % na base anual, levemente acima da estimativa de R$ 755,8 milhões.
Os analistas destacam que o múltiplo de preço sobre lucro projetado (P/L) para 2026 está em torno de 8,8 vezes, abaixo da média histórica da empresa de aproximadamente 11,5 vezes, o que sugere que o papel está negociado com desconto.

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Vetores de crescimento e alavancas futuras

Genéricos da semaglutida

Um dos principais fatores apontados como “opcionalidade” de crescimento é a entrada da Hypera no mercado de genéricos da semaglutida princípio ativo de medicamentos como Ozempic e Wegovy. O relatório estima que esse segmento pode adicionar até 5 % ao EBITDA da empresa se a empresa conquistar participação relevante.

Redução de investimento e melhoria da eficiência

O banco prevê que os investimentos em imobilizado da companhia diminuam em até 45% em 2027, após a conclusão de projetos como nova planta institucional em Jundiaí e ampliação da unidade em Itapecerica da Serra. Isso deve liberar caixa para outras iniciativas.

Estrutura tributária e incentivos fiscais

Analistas consideram o impacto positivo caso haja não tributação dos incentivos fiscais de ICMS cenário que poderia adicionar até 16% ao lucro projetado para 2027.

Riscos e vulnerabilidades

Apesar das perspectivas positivas, há pontos que merecem atenção.

  • A visibilidade de mercado, embora melhor, ainda depende de fatores externos, como o fim de patentes e aprovação de genéricos, o que traz incertezas.
  • O consumo doméstico pode ser afetado pela taxa de juros elevada e pelo cenário macroeconômico mais desafiante, impactando a performance de empresas de varejo e saúde.
  • A tributação dos incentivos fiscais ou mudanças regulatórias podem reduzir a margem de manobra da empresa, caso o cenário mais favorável não se concretize.

O que isso significa para investidores

Para investidores que acompanham o setor farmacêutico e de saúde, a valorização esperada de mais de 20% no papel da Hypera pode representar uma oportunidade tática, desde que os fundamentos sejam bem compreendidos e o perfil de risco avaliado.
É importante lembrar que, em ambiente de juros altos no Brasil, a expectativa por crescimento é mais moderada, e o timing de realização dos efeitos dos genéricos pode se estender.
Além disso, a diversificação continua sendo uma recomendação essencial: mesmo com boa análise, concentrar em um único papel aumenta a exposição ao risco empresarial específico.

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A Hypera (HYPE3) entra em uma nova fase: com resultados recentes sólidos, valuation descontado e vetores de crescimento bem definidos como os genéricos da semaglutida e ganhos de eficiência a empresa passa a figurar com atratividade crescente para analistas. O ajuste do preço-alvo para R$ 30 pela Bradesco BBI, com potencial acima de 20%, reflete essa nova avaliação.
Entretanto, o ambiente macroeconômico, regulatório e competitivo continua a exigir cautela. No médio prazo, caso a companhia consiga converter as optionalidades em resultados concretos e reduzir de fato seus investimentos, o cenário pode se consolidar de forma positiva.
Para o investidor brasileiro, pode valer observar de perto os próximos trimestres, os efeitos dos genéricos no EBITDA e eventuais impactos tributários ou regulatórios. Em suma: a tese está colocada, a execução será o fator-chave.

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