Brasil perde participação no PIB global, segundo análise do JP Morgan

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Por Jhonatan Santos

A participação do Brasil no PIB global segue em declínio, de acordo com uma análise recente do banco JP Morgan. A perda de espaço econômico é atribuída principalmente à desvalorização do real frente ao dólar e à desaceleração de estímulos externos.

Ao mesmo tempo, o PIB potencial brasileiro ou seja, a taxa de crescimento sustentável no longo prazo foi revisado para cima pelo JP Morgan, o que sugere ganhos estruturais, embora mais cautelosos, para os próximos anos.

Causas da perda de espaço

Segundo o JP Morgan, a queda da participação brasileira na economia mundial está associada a movimentos cambiais: a desvalorização da moeda local pressiona o PIB medido em dólares, reduzindo a fatia do Brasil no bolo global. Além disso, a instituição apontou riscos externos, como tensões comerciais globais, que pesam sobre as exportações brasileiras.

Em relatórios anteriores, o banco já havia alertado para uma possível recessão suave no segundo semestre de 2025, caso o cenário externo se deteriorasse.

Perspectiva revisada para o PIB potencial

Apesar do retrocesso nominal, há motivos para otimismo estrutural: a economista-chefe do JP Morgan na América Latina, Cassiana Fernandez, afirmou que o PIB potencial do Brasil subiu de cerca de 1,5% em 2024 para aproximadamente 2% em 2025.

Esse avanço é creditado a reformas estruturais implementadas desde 2016, além de inovações tecnológicas, como o sistema de pagamentos instantâneos (PIX), que contribuem para tornar a economia mais eficiente.

Revisões nas projeções de crescimento

O JP Morgan ajustou ainda suas previsões macroeconômicas para o Brasil: a estimativa de crescimento do PIB para 2025 foi elevada de 1,9% para 2,3%, motivada por uma melhora no cenário externo especialmente após avanços em acordos comerciais entre Estados Unidos e China e por uma colheita agrícola mais robusta.

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Por outro lado, a instituição sinaliza uma possível piora em 2026, com crescimento projetado em 1,2%, refletindo riscos fiscais e monetários persistentes.

Implicações para investidores e políticas econômicas

Para investidores estrangeiros, a perda de participação do Brasil no PIB global reforça a necessidade de diversificação internacional.

No plano doméstico, a elevação do PIB potencial sugere que reformas estruturais podem render ganhos sustentáveis, mas será necessário equilibrar estímulos com responsabilidade fiscal.

A previsão de cortes de juros já em 2026, segundo o JP Morgan, pode abrir espaço para alívio monetário, desde que acompanhado de ajustes na política fiscal.

Em linhas gerais, o Brasil vive uma dualidade: perde relevância no PIB mundial em termos nominais, por conta de fatores cambiais e externos, mas ganha força estrutural com a elevação do seu potencial de crescimento. A expectativa revisada do JP Morgan para 2025 é relativamente otimista, com crescimento de 2,3%, mas há preocupação para 2026. No longo prazo, o sucesso dependerá da continuidade de reformas e da estabilidade macroeconômica e, para os investidores, da capacidade de alocar recursos globalmente.

Fontes confiáveis:

JP Morgan – relatório “Latin America at Mid-Year”

Infomoney – projeções de recessão para o Brasil segundo o JP Morgan

CNN Brasil – revisão da expectativa de crescimento para 2025

Expogestão – análise do PIB potencial do Brasil pelo JP Morgan

J.P. Morgan research – documento fiscal-monetário sobre o Brasil

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