Ibovespa supera 155 mil pontos com fim próximo do shutdown nos EUA

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Por Jhonatan Santos

O Ibovespa marcou um novo recorde histórico nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025, ao ultrapassar os 155 mil pontos pela primeira vez. Essa conquista reflete o otimismo nos mercados globais, impulsionado pela expectativa de resolução do shutdown governamental nos Estados Unidos, que chega ao seu 40º dia, o mais longo da história americana.

Os investidores reagem positivamente aos avanços no Senado dos EUA, onde uma proposta para encerrar a paralisação obteve apoio bipartidário. Essa medida promete normalizar a divulgação de indicadores econômicos, como payroll e PIB, facilitando decisões de política monetária pelo Federal Reserve.

No contexto brasileiro, o índice acumula alta de mais de 25% em 2025, beneficiado por um ambiente de maior propensão ao risco e estabilidade interna.

Desempenho do mercado brasileiro

Às 11h23, o Ibovespa registrava alta de 0,86%, aos 155.423 pontos, após tocar a máxima de 155.601 pontos. Essa variação representa um ganho de cerca de 1.550 pontos em relação à mínima do dia, de 154.058 pontos.

Na sessão anterior, em 7 de novembro, o índice fechou em 154.063 pontos, com alta de 0,47%, marcando o décimo recorde consecutivo e a mais longa série de ganhos em 31 anos.

Ações ligadas a commodities lideram os avanços, com destaque para a Vale, que subia 0,97%, influenciada pela recuperação nos preços do minério de ferro.

Influências externas e o shutdown nos EUA

O shutdown nos EUA, iniciado em 1º de outubro de 2025, paralisou serviços federais essenciais e atrasou dados econômicos. Com 40 dias de duração, supera o recorde anterior de 35 dias, de 2018-2019.

O Senado aprovou, por 60 votos a 40, um projeto para estender o financiamento até 21 de novembro, abrindo caminho para negociações definitivas. Essa notícia elevou as bolsas globais, com o petróleo subindo 0,70%.

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Analistas destacam que o fim da paralisação restauraria a confiança, beneficiando emergentes como o Brasil. Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, nota que isso auxiliará o Fed em ajustes de juros.

Agenda econômica e impactos internos

No Brasil, a semana traz a ata do Copom e o IPCA de outubro. A Selic permanece em 15% ao ano, com expectativas de cortes a partir de março de 2026, segundo o Boletim Focus.

Projeções indicam Selic em 12,25% para 2026 e inflação de 4,08% nos próximos 12 meses. Um IPCA benigno reforçaria a credibilidade do Banco Central.

Destaques setoriais incluem:

  • Petrobras: Alta entre 0,44% e 0,64%.
  • Bancos: Bradesco subindo 1,33%, enquanto Banco do Brasil caía 0,39%.
  • Varejo: Lojas Renner com ganho de 2,80%, favorecida por juros futuros em queda.

Perspectivas para o mercado

Especialistas preveem que o Ibovespa possa ultrapassar os 155 mil pontos de forma sustentável, impulsionado por reformas fiscais e recuperação global. Matheus Spiess, da Empiricus, enfatiza o potencial de uma segunda onda de valorização no Brasil.

No entanto, riscos como volatilidade cambial persistem, com o dólar a R$ 5,357. Investidores devem monitorar balanços corporativos, como os de Itaúsa e JBS.

Em resumo, o Ibovespa atinge novo patamar histórico graças ao otimismo com o fim iminente do shutdown nos EUA e à resiliência econômica brasileira. Com alta acumulada de 25% em 2025, o índice sinaliza confiança, mas depende de avanços em política monetária.

Para o futuro, analistas projetam continuidade dos ganhos em 2026, desde que haja estabilidade fiscal e normalização global. Essa trajetória beneficia investidores, mas exige cautela em meio a incertezas internacionais.

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