A popularização dos pagamentos por aproximação trouxe conveniência, mas também abriu espaço para golpes sofisticados. Um dos mais recentes, conhecido como toque fantasma, já chegou ao Brasil e preocupa especialistas em segurança digital. O esquema explora a tecnologia NFC para roubar dados de cartões de crédito e débito, resultando em compras não autorizadas.
Como funciona o golpe
O criminoso se apresenta como representante de um banco ou operadora de cartão, induzindo a vítima a baixar um aplicativo falso. Após a instalação, o golpista solicita que o cliente aproxime o cartão do celular, momento em que o token de segurança do NFC é capturado. Com esse dado, é possível realizar transações em maquininhas próximas sem que o titular perceba. Segundo levantamento citado pelo Money Times, o Brasil concentra 47% dos bloqueios desse golpe, à frente de países como Índia, China e Espanha.
Variações e riscos adicionais
Em alguns casos, quando o cartão é roubado fisicamente, criminosos também utilizam celulares equipados com aplicativos maliciosos para coletar dados por aproximação. Mesmo sem senha, podem ser realizadas compras dentro do limite de transações permitidas, dificultando a detecção da fraude. A situação se agrava quando a senha é obtida, permitindo movimentações de maior valor e até transferências.
Diferença para outros golpes
Embora semelhante ao chamado “golpe da mão fantasma”, o toque fantasma possui particularidades. No primeiro, o fraudador instala um trojan bancário que permite acesso remoto ao celular da vítima. Já no segundo, são usados dois celulares, um para capturar o token NFC e outro para executar compras, sem necessidade de controle direto do aparelho do cliente.
Como se proteger
Especialistas em cibersegurança recomendam medidas simples que reduzem significativamente os riscos:
- Desconfiar de pedidos inesperados de instalação de aplicativos ou fornecimento de dados por telefone.
- Baixar apps apenas em lojas oficiais, como Google Play Store e Apple App Store.
- Verificar sempre a autenticidade das ligações e mensagens recebidas, retornando pelos canais oficiais da instituição.
- Monitorar frequentemente extratos e faturas para identificar movimentações suspeitas.
- Ativar notificações de transações para acompanhar em tempo real todas as operações feitas com o cartão.
Perspectivas e recomendações
A chegada do golpe do toque fantasma reforça a necessidade de educação financeira e digital para consumidores brasileiros. Bancos e instituições já ampliam investimentos em sistemas de monitoramento antifraude, mas a atenção do usuário continua sendo peça-chave na prevenção. No futuro, especialistas preveem que avanços em criptografia e autenticação biométrica poderão reduzir os riscos, mas até lá a conscientização será fundamental.
Fontes confiáveis:
- Money Times
- Banco Central do Brasil
- Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
- CERT.br – Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil
