Os CDBs de liquidez diária são frequentemente recomendados por analistas para investidores que buscam praticidade e segurança. Seja para perfis conservadores ou ousados, essa modalidade é ideal para quem precisa de acesso imediato aos recursos investidos, especialmente para compor uma reserva de emergência ou aproveitar oportunidades de mercado. Em períodos de incerteza econômica, como o atual, o respaldo de uma instituição financeira confiável torna esses investimentos ainda mais atraentes.
No entanto, depender exclusivamente dos CDBs de liquidez diária pode significar perdas financeiras ao longo do tempo, especialmente quando comparado a outros tipos de investimentos de renda fixa com prazos mais longos.
O que são CDBs de liquidez diária?
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são instrumentos de renda fixa emitidos por bancos, onde o investidor “empresta” dinheiro à instituição em troca de uma rentabilidade predefinida. Nos CDBs de liquidez diária, os rendimentos estão geralmente atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que acompanha a taxa Selic.
Esses investimentos possuem características específicas:
- Prazo curto: normalmente até seis meses.
- Resgate imediato: o investidor pode retirar o valor aplicado a qualquer momento, sem prejuízo à rentabilidade acumulada.
- Segurança garantida: contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), para valores de até R$ 250 mil por CPF e instituição.
Esses atributos tornam os CDBs de liquidez diária uma escolha prática e segura. Contudo, investir apenas nessa modalidade pode limitar significativamente os ganhos ao longo do tempo.
O custo da exclusividade: CDBs de longo prazo oferecem mais rentabilidade
Enquanto os CDBs de liquidez diária apresentam taxas próximas a 100% do CDI, os CDBs de longo prazo, que não permitem resgates antecipados, frequentemente oferecem remunerações superiores, como CDI + 1% ou até CDI + 2%.
Um estudo conduzido por Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter, mostrou que, ao longo de 20 anos, a diferença de rentabilidade entre um CDB que rende 100% do CDI e outro que oferece CDI + 2% pode chegar a quase 40%.
Veja a simulação abaixo para aportes mensais de R$ 500 ao longo de 20 anos:
| Rentabilidade | Montante acumulado (2045) |
|---|---|
| 100% do CDI | R$ 291.702,57 |
| 102% do CDI | R$ 305.705,92 |
| CDI + 1% | R$ 354.620,00 |
| CDI + 2% | R$ 393.987,77 |
Conclusão: os CDBs de longo prazo podem gerar quase R$ 100 mil a mais no mesmo período, mesmo com a mesma periodicidade de aportes.
A importância da tributação
Outro ponto crucial ao escolher entre prazos curtos e longos é a tributação do Imposto de Renda (IR). Quanto maior o prazo do investimento, menor a alíquota incidente sobre os rendimentos, conforme a tabela regressiva:
- 22,5%: para aplicações de até 180 dias.
- 20%: entre 181 e 360 dias.
- 17,5%: entre 361 e 720 dias.
- 15%: para prazos superiores a 720 dias.
Portanto, optar por investimentos de longo prazo também reduz o impacto do imposto sobre os lucros, maximizando o rendimento líquido.
Estratégias para diversificar sua carteira
Embora os CDBs de liquidez diária sejam indispensáveis para a reserva de emergência, o restante da carteira deve contemplar ativos mais rentáveis. Winalda recomenda diversificar com títulos que tenham prazos superiores a dois anos, reinvestindo os recursos após o vencimento em opções semelhantes para aproveitar os benefícios da capitalização composta.
A mensagem final do especialista é clara: “Cada 1% adicional de rentabilidade ao ano faz diferença no longo prazo. Use o tempo como aliado para construir seu patrimônio.”
Ao equilibrar segurança e rentabilidade, você poderá maximizar seus ganhos e atingir seus objetivos financeiros com mais eficiência.
